quarta-feira, 18 de junho de 2008

Espírito de equipa


No último fim-de-semana participei em mais uma edição do Challenger que a NERSANT organiza todos os anos. Esta edição teve uma vantagem em relação às anteriores: houve menos competição e mais confraternização e espírito de grupo. Pelo que sei, a organização, ao tentar mudar a filosofia do Challenger, encontrou mais dificuldade em mobilizar as empresas para constituírem as suas equipas. Mesmo assim estiveram envolvidas na iniciativa cerca de 200 pessoas.
Retenho desta aventura de três dias, em que para além de muitas outras actividades desci os rios Zêzere e Tejo de canoa, que sem espírito de equipa não há milagre que nos valha. Na descida do Tejo fiz parceria com o meu filho, de 17 anos, que já tem mais força do que eu. Juntos, a descer o Tejo, sem experiência na prática da canoagem, parecíamos dois galos arrufados a discutir as nossas azelhices. Em casa lá nos vamos entendendo a jogar snooker ou pingue-pongue. No rio, se tivéssemos que disputar alguma coisa, perdíamos ambos. Nascemos os dois com o Tejo ao pé da porta e ambos não sabemos navegar. Boa lição de vida que não esquecerei.
Quanto à falta de participação das empresas só podemos tirar uma conclusão: a maioria dos empresários ainda não percebeu que o espírito de equipa faz-se fora das quatro linhas; quero dizer: fora do ambiente de trabalho. Como passo a vida a estudar Recursos Humanos, e ainda não pesco nada do assunto, no final do passado domingo cheguei a outra conclusão importante para o meu futuro: já tenho uma boa idade para me dedicar à pesca, com o espírito do pescador que, depois de apanhar o peixe o devolve ao rio, sabendo que tem em casa comida suficiente para o dia seguinte.


Recebemos esta semana a notícia de que o Clube de Jornalistas resolveu dar a O MIRANTE o prémio de Gazeta de Imprensa Regional. Vamos recebê-lo com todo o gosto. Curiosamente deixamos de concorrer a este prémio há mais de dez anos. Agora alguém se lembrou de nós e resolveu premiar-nos. Nem foi preciso concorrer.
Este é o país que temos. Os jornalistas que estiveram por detrás destes prémios não conhecem o país em que vivem nem sabem nada das dificuldades da profissão fora dos grandes centros de Poder onde se movimentam.
A atitude mais inteligente seria recusar o Prémio. A mais sensata é ir recebê-lo e provar que não são os prémios que nos fazem trabalhar mais e melhor em nome de uma imprensa regional de qualidade e de prestígio.

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