quarta-feira, 18 de julho de 2007

Moita, Saramago, Berardo, Costa e outros


Este país não existe para além de Lisboa e do poder que se reparte entre as docas e a Assembleia da República. E, depois, o que nos resta é esta triste realidade: a votação de duzentos mil eleitores para a presidência de uma câmara completamente desgovernada deixa o país à beira de um ataque de nervos com Marques Mendes e Paulo Portas a darem tristes exemplos. Se isto é um país a caminho da descentralização, da modernidade, de uma nova era, de um novo fôlego, então eu vou ali a Espanha e já venho.No dia em que António Costa ganhou as eleições em Lisboa o DN publicou uma entrevista com José Saramago em que ele admite que o futuro de Portugal e de Espanha é a Ibéria, uma espécie de novo país com várias regiões. “Não é por isso que deixaremos de pensar e falar em português”, defende Saramago numa entrevista em que anuncia também a criação de uma Fundação com o seu nome que terá uma delegação na sua terra natal, a Azinhaga. No dia da vitória de António Costa, em Lisboa, José Saramago, o ribatejano que é motivo de orgulho para quase todos nós, abriu mão da nacionalidade e admite a integração de Portugal na vizinha Espanha.
Depois de ver a forma como as televisões fizeram a cobertura das eleições em Lisboa ( antes e depois da votação) , o nível de abstenção dos lisboetas e a reacção dos partidos derrotados que provocaram rupturas nas direcções nacionais, apetece-me fazer coro com Saramago e desejar que a integração se faça o mais rápido possível.
Pouca gente saberá que Moita Flores, o presidente da câmara municipal de Santarém, tal como Fernando Seara, o autarca de Sintra, foram hipóteses para candidatos a Lisboa pelo PSD antes da escolha recair em Fernando Negrão. Moita Flores não abre o jogo. Verdade ou mentira Moita Flores livrou-se de boa. Embora o PSD, com Moita Flores, não sofresse tamanha humilhação.
Nota. Foi também no domingo que visitei o Museu Colecção Berardo. E durante toda a visita não consegui ver mais nada que dólares e euros nas paredes do CCB. E, por detrás das obras de arte, o país envergonhado que precisa da fortuna de um especulador para apresentar ao Mundo uma colecção de arte. Alguém sabe quanto vale a colecção de arte da Caixa Geral de Depósitos ( que é do Estado) e onde é que ela é guardada? E quanto custa por ano ao erário público? Meus Deus, acho que se soubéssemos, depois deste escândalo Berardo, queríamos todos acordar espanhóis amanhã de manhã.

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