quarta-feira, 20 de agosto de 2008

“Tudo é simples diante de um copo de água”


“Tudo é simples diante de um copo de água”. A frase é do poeta Carlos Drummond de Andrade, vem citada num jornal desta terça feira e parece escolhida a dedo para justificar a troca da foto do autor por uma outra que não consegui reconhecer. Para o poeta tudo é simples diante de um copo de água mas para o jornalista que escolheu a frase a troca da foto deve estar a dar-lhe água pela barba junto do editor.
Conheço bem a obra poética de Drummond e as suas mil crónicas para saber que ele nunca fez contratos com a NOVIS para ser enganado como eu fui por uma letras miudinhas que a operadora mandou imprimir num contrato leonino, que assinamos em Fevereiro de 2007, e que agora vamos ter que cumprir até Fevereiro de 2009, embora a fidelização dos serviços tenha sido combinada para doze meses.
Conheci bem o poeta Drummond para saber que ele nunca precisou da VODAFONE nem dos descontos empresariais para tornar mais baratas as chamadas telefónicas nos jornais onde escrevia. No O MIRANTE a guerra tem vários anos. A sensação que guardo é que sempre fizemos maus negócios. A fidelização durante os últimos anos tem-nos custado os olhos da cara. Se Drummond tinha carro de certeza que nunca passou por Almeirim, e nunca levou com uma carrinha Mercedes em cima, e o seu carro nunca teve que ir para a sucata como foi um dos nossos. Escrever que tudo é simples diante de um copo de água só lembrava a um poeta que não tem que negociar uma indemnização com a companhia de Vitória Seguros.
Tudo é simples diante de um copo de água para quem não tem que gerir as contas da via verde e dos cartão galp frota, as contas das oficinas, da publicidade facturada a empresas que desaparecem do mapa de um dia para o outro; tudo é simples diante de um copo de água para quem não paga juros à banca; para quem não tem que negociar empréstimos, e juros para a conta caucionada, e para a conta dos cheques pré-datados, e para o factoring, e o confirming, e condições para as contas bancárias para descontos de letras, entre outras, entre muitas outras negociações que não são exactamente como aquelas que nos encham a boca de palavras quando falamos à gato fedorento .
PS 1: Acabo de deixar no computador, para alimento das estrelas, mil palavras sobre a vitória do Sporting sobre o Porto e o medo que tenho de encontrar nas bancadas do estádio José Alvalade o vereador da câmara de Santarém, Rui Barreiro, ou o ex-presidente da ex-região de Turismo do Ribatejo, Carlos Abreu, e perder de forma irremediável o grande amor pelo meu clube de sempre.
PS 2: Apesar do avanço da idade ainda não perdi a esperança de iniciar uma carreira na banca, nos seguros, nas telecomunicações ou na política, que deve ser o ofício onde tudo é ainda mais simples diante de um copo de água.

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