quinta-feira, 4 de março de 2010

Viva a República!

Tenho dois ou três amigos que são figuras públicas que a qualquer momento, se eu precisar, me põem a falar com as pessoas mais importantes e influentes do país. Enquanto desempenhar uma profissão que me dá algum poder posso contar com eles. Se um dia me calarem a boca, ou deixar de ter um espaço para escrever, ou eu próprio optar por mudar de vida, nesse dia alguns dos meus amigos influentes estarão preocupados em dar atenção a outras pessoas de quem também são amigos por terem interesses comuns. E eu serei, aos olhos deles, mais uma alma como tantas outras que foram luminosas e depois ficaram simples pirilampos.

Há dez anos viajei para Porto Alegre, no sul do Brasil, para ver como funcionava uma feira do livro a céu aberto. Tinha a ilusão de que era capaz de organizar uma feira do género em Santarém e por influência de um amigo estive metido por três dias na organização do evento que se realiza desde 1955. Foi tudo pura ilusão. Santarém não precisava nem precisa de feiras do livro melhor do que aquelas que já tem e está muito bem entregue às velhas raposas que fazem da actividade política e cultural a sua vidinha.

O MIRANTE continua a ser o único órgão de comunicação social a denunciar a possível incompatibilidade de Rosa do Céu e David Catarino à frente das regiões de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo e Leiria / Fátima. A prova de que eles não dormem em serviço foi-me lida da caixa de mensagens do telemóvel de um outro político surpreendido com a falta de vergonha de Rosa do Céu: “Meu caro. Em nome dos ideais da República, e para o caso de ser contactado pelo jornal O MIRANTE por causa da minha nomeação para a região de Turismo, lembro que...”, etc etc. Não há dúvida de que esta gente da política acredita mesmo nos ideais da República. Pudera!

Os meninos de Foros de Salvaterra ainda não regressaram a casa. E os responsáveis continuam sem dar a cara e as explicações que são mais do que justificadas depois dos episódios dramáticos, e alguns deles também caricatos, à volta deste caso. Há uma Idália Moniz e uma Clara Carregado em cada sistema injusto que continua a tratar mal as crianças deste país.  JAE

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