quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os homens bons

São quase duas horas da tarde de um sábado e estou em Santarém a destilar. Acabei de fazer uma jornada de trabalho em Vila Franca de Xira acompanhando a homenagem ao campino, a inauguração de um monumento ao trabalhador, a prova de perícia de campinos na praça de toiros e, logo de seguida, a bênção das motos do Motoclube de Alverca junto à Igreja dos Pastorinhos.
Pelo meio falei com o senhor António, um “Zé Ninguém”, a quem comprei um barrete por dois euros, vive no Barreiro e diz que não tem nada de seu. Dei uma volta pelo comércio de Vila Franca de Xira que tem as montras enfeitadas, bebi dois cafés e duas garrafas de água e, Heureca!!, fiz quase 250 km de moto, sensação que já não experimentava há muito tempo.
Vou agora editar os vídeos e escrever textos, curtos, o mais possível, que o papel está caro e terça-feira os editores no fecho do jornal têm que tomar opções entre as fotos da festa, do desporto e da cultura, da política e de sociedade. Como é evidente, em tempo de vacas magras, o que fica no computador, à falta de espaço, são as fotos da festa.
Tenho o dia ganho porque a trabalhar acabo sempre por me divertir. Vi a moto dos meus sonhos na concentração; ouvi o padre da Igreja dos Pastorinhos perguntar por uma Ducati e assisti a uma bênção que me comoveu o que condiz com o meu agnosticismo cada vez mais firme e inabalável. De todas as formas as palavras da Bíblia, na boca dos homens bons, tomam sempre um sentido divino; muito mais do que se forem lidas no silêncio das nossas casas. JAE

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