quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Uma democracia pelintra

Fico satisfeito por ver que as televisões e os jornais, na generalidade, não vão fazer a cobertura da campanha eleitoral para as eleições autárquicas. Finalmente o Poder da Comissão Nacional de Eleições fez-se ouvir. Com as televisões e a grande maioria dos jornais de referência a viverem graves problemas financeiros, com a queda do investimento publicitário, não há dinheiro para pagar as multas. Deus escreve direito por linhas tortas. Finalmente os políticos vão provar do seu próprio veneno. A partir de agora é certo que vão alterar a lei. Mas é a crise financeira que os obriga a serem responsáveis. É lamentável. Por aqui se vê a pelintrice desta democracia.
A política é cada vez mais a disciplina mais pobre da cultura. Sobram os vendilhões do templo. Isso não faz com que não acreditemos numa nova geração de políticos de quem se espera muito trabalho para darem a volta a isto.
Natália Correia acaba de ser homenageada com a publicação de uma Biografia da autoria de Fernando Dacosta. Quem tiver memória lembra-se da polémica à volta da sua reforma e das angústias que viveu enquanto ia gritando que “a pobreza é a grande arma de domínio utilizada pelos ricos, mas eu prefiro desaparecer a submeter-me”.
Num tempo em que a palavra Pátria perdeu muito do seu simbolismo e significado, relembro Natália Correia por ser a grande Mátria e a sua Obra política e literária estarem cheias de razão antes do tempo. Ficam aqui duas frases que estão espelhadas na biografia de Fernando Dacosta; “A Europa será dentro de escassos anos dominada pelo quarto mundo, um mundo composto por três gigantescas maiorias de anatematizados: a dos idosos, a dos desempregados e a dos migrantes. As pressões que exercerão mudarão profundamente as estruturas de trabalho, lazer, produtividade (:)”. “Os detentores dos poderes julgam que a vida se resolve com produtividade, com quantidade. O problema actual do Homem não é, porém, esse: é o da desumanização, o do cansaço, o da falta de desejo, tanto a nível individual como coletivo. Passa-se fome por questões políticas, não técnicas, por problemas de distribuição, não de produção. Precisamos de inventar novas preguiças para criar novas sobrevivências”. JAE

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Uma democracia pelintra

Fico satisfeito por ver que as televisões e os jornais, na generalidade, não vão fazer a cobertura da campanha eleitoral para as eleições autárquicas. Finalmente o Poder da Comissão Nacional de Eleições fez-se ouvir. Com as televisões e a grande maioria dos jornais de referência a viverem graves problemas financeiros, com a queda do investimento publicitário, não há dinheiro para pagar as multas. Deus escreve direito por linhas tortas. Finalmente os políticos vão provar do seu próprio veneno. A partir de agora é certo que vão alterar a lei. Mas é a crise financeira que os obriga a serem responsáveis. É lamentável. Por aqui se vê a pelintrice desta democracia.
A política é cada vez mais a disciplina mais pobre da cultura. Sobram os vendilhões do templo. Isso não faz com que não acreditemos numa nova geração de políticos de quem se espera muito trabalho para darem a volta a isto.
Natália Correia acaba de ser homenageada com a publicação de uma Biografia da autoria de Fernando Dacosta. Quem tiver memória lembra-se da polémica à volta da sua reforma e das angústias que viveu enquanto ia gritando que “a pobreza é a grande arma de domínio utilizada pelos ricos, mas eu prefiro desaparecer a submeter-me”.
Num tempo em que a palavra Pátria perdeu muito do seu simbolismo e significado, relembro Natália Correia por ser a grande Mátria e a sua Obra política e literária estarem cheias de razão antes do tempo. Ficam aqui duas frases que estão espelhadas na biografia de Fernando Dacosta; “A Europa será dentro de escassos anos dominada pelo quarto mundo, um mundo composto por três gigantescas maiorias de anatematizados: a dos idosos, a dos desempregados e a dos migrantes. As pressões que exercerão mudarão profundamente as estruturas de trabalho, lazer, produtividade (:)”. “Os detentores dos poderes julgam que a vida se resolve com produtividade, com quantidade. O problema actual do Homem não é, porém, esse: é o da desumanização, o do cansaço, o da falta de desejo, tanto a nível individual como coletivo. Passa-se fome por questões políticas, não técnicas, por problemas de distribuição, não de produção. Precisamos de inventar novas preguiças para criar novas sobrevivências”. JAE

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O fidalgote do associativismo português

Troco uma tarde no campo junto ao Tejo pelo prazer de escrever uma crónica. Troco as palavras pela gadanha ou pela enxada embora não ande a cavar mas a endireitar a terra. Deixo no caderno a frase que mais encheu a folha do dia de Terça-feira: os dirigentes da CAP têm como refém o Ministério da Agricultura. Basta o CDS chegar ao Poder e eles fazem o que querem. É vê-los quase todos os dias na televisão a fingirem que têm soluções para o país. Quanto aos agricultores e aos seus interesses é o que se sabe. Não quero dizer mal. Deixo no caderno de apontamentos o fruto da má-língua que pratiquei uma noite destas com o Sérgio Carrinho que se prepara para deixar sem dor a presidência da câmara. Quem diria!!! Como uma dúzia de figos directamente da árvore e outra dúzia que me foram dados num saco embrulhados em folhas de figueira como a minha avó me oferecia há mais de uma eternidade. Há lá coisa melhor que comer figos e esquecer o assunto para a próxima crónica ou comentário? O António Rodrigues vai deixar Torres Novas e vai trabalhar para Timor. Toda a gente sabe, desde há muito tempo, que ele não quer passar pelo martírio que passa o Silvino Sequeira e o Rosa do Céu e todos aqueles que fizeram da política a sua profissão e de repente parecem aves raras sem saberem onde poisar. O mundo foge-lhes debaixo dos pés. Os rapazes andam no recreio da escola a mijar para cima das pedras e eles passam na rua e à noite vão sonhar que é o povo que agora mija para cima deles só porque deixaram de controlar o Poder. Sem o perfume do Poder ficam a cheirar mal como a água parada do rio. Não é verdade mas é assim que eles se sentem e cheiram.
Este comentário é uma cedência de uma tarde ao prazer de usar a gadanha e deixar a prática da escrita para o momento do fecho da edição. Tinha meia hora para cumprir o timing que me foi dado pelos gráficos. Escrevi este pequeno texto sem dizer mal de ninguém em menos de meia hora. Vou agora ali a Abrantes comer uma tigelada  e ainda terei tempo de mandar o título do comentário pelo telemóvel enquanto penso se hei-de ou não tirar daqui o “dono” da CAP, João Machado, que esta semana voltei a encontrar na PSP numa queixa contra mim e este jornal que, pelos vistos, não é terreno agrícola que interesse ao fidalgote do associativismo português. JAE

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Os Tendeiros foram à Chamusca e os Bombeiros querem ser sociedade secreta

A praça de toiros da Chamusca foi entregue a uma empresa de uma família com o apelido Tendeiro que, segundo consta, já não organizou directamente a última corrida realizada no sábado dia 31 de Agosto.
Dizem os empresários que conheço, e nem eu conheço muitos nem existem assim tantos, que nesta altura não querem a praça da Chamusca nem dada. Pelos vistos a empresa da família Tendeiro também não. É pena que os responsáveis pela praça de toiros da Chamusca continuem a enganar-se tantas vezes na escolha dos empresários permitindo assim que muita gente, ligada directa ou indirectamente aos espectáculos, na condição de fornecedores de serviços, também seja enganada e prejudicada.
A direcção da Misericórdia da Chamusca não pode ser inocente neste assunto. Há muitos anos que a praça de toiros é mal entregue e não serve a festa nem os aficionados. Por mim podem continuar assim mais meio século. Mas a Chamusca merecia que a praça fizesse parte do calendário das melhores festas de toiros; que todos os anos a tradição voltasse a ser o que era. A Câmara Municipal da Chamusca sempre teve mãos largas para ajudar. Se não aproveitam e não organizam como devem é porque querem tudo para eles ou subestimam a importância da praça e do público que gosta desta arena e desta terra situada no coração do Ribatejo.
Uma última nota só para dizer que a Chamusca tem dois dos grupos de forcados mais prestígiados do país, o que quer dizer que, só à conta deles, meia praça está quase sempre garantida. Então onde é que está o problema? Só pode ser falta de interesse ou a satisfação de muitos interesses instalados.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Os Bombeiros da Chamusca inauguraram um edifício nas traseiras do Quartel onde instalaram novas camaratas e um centro de formação. A cerimónia de inauguração teve um momento solene de descerramento de uma placa de homenagem a José Monteiro Januário, o engenheiro civil com gabinete na Chamusca que terá sido o responsável técnico pela Obra. Sou sócio da associação há mais de 30 anos e não fui convidado. A O MIRANTE não chegou informação sobre a inauguração e a homenagem. Tentamos fazer notícia à posteriori e mandaram dizer que ainda não era a altura apropriada. Permitam que pergunte; os Bombeiros da Chamusca já foram privatizados? Deixou de ser associação e passou a ser a casa de uns Senhores que estão lá há tanto tempo como Cristo morreu na cruz? Será que estou a pagar as quotas mensais aos anjinhos do céu e ainda não percebi em que mundo é que vivo? Se calhar já morri e é a minha alma que está parva por ainda não ter encarnado em quem devia. JAE