quinta-feira, 28 de maio de 2015

Os Decisores do Vale do Tejo

O MIRANTE é um parceiro privilegiado do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Embora a área de intervenção do jornal não chegue a Castelo Branco, somos verdadeiramente respeitados naquela região e o nosso trabalho é apreciado e valorizado. Assim como dantes havia concelhos do Ribatejo a reivindicarem maior atenção e presença dos nossos jornalistas, chegou a altura de sermos publicamente convidados a sairmos do Ribatejo e assumirmos uma edição para a região centro.
É interessante esta relação com as instituições que concorrem, de certo modo, com aquelas que acompanhamos de mais perto, pois é isso que nos permite uma melhor avaliação do nosso trabalho, assim como uma atitude crítica e exigente com os nossos melhores parceiros de proximidade.
Uma coisa é certa: o Instituto Politécnico de Castelo Branco tem um presidente que faz toda a diferença na dinamização da instituição de ensino superior. Os resultados da liderança de Carlos Maia falam por si mas fica aqui o registo porque é merecido.
O lançamento público do Guia Autárquico editado por O MIRANTE (ver notícia nesta edição) permitiu ouvir algumas vozes de políticos que normalmente não se encontram nos debates nem na discussão de assuntos que deveriam ser mais abrangentes e de interesse regional. O MIRANTE é reconhecidamente um elo de ligação entre todos os concelhos do Ribatejo. O nosso Poder é o da ligação com as populações e com os agentes económicos e socioculturais. Com o nosso trabalho online conseguimos hoje uma visibilidade nacional e internacional para os assuntos da região que dificilmente encontra paralelo em outras organizações. Sabemos da importância do nosso trabalho mas que ninguém nos julgue acomodados; cada vez que elegemos um analfabeto para gerir uma câmara, ou uma freguesia, damos passos atrás; cada vez que o presidente do Politécnico de Tomar, ou de Santarém, fraquejam nas suas convicções, quando as têm, as regiões ficam mais frágeis e à mercê dos decisores que mandam nos gabinetes de Lisboa; e deixamos de andar para trás para cairmos de cu.
O próximo desafio editorial de O MIRANTE é editar um Guia sobre ‘Os Decisores do Vale do Tejo’. Esperemos para ver. JAE

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Os dias em Coruche e as noites na Chamusca

A vila de Coruche tem um slogan que se ajusta bem à qualidade de vida que proporciona a quem lá vive. Coruche inspira. É uma escolha feliz. Um fim-de-semana por lá ao ritmo de uma empresa de organização de eventos confere um sentido à nossa vida que ultrapassa todas as contrariedades que nos deprimem neste tempo de vacas magras, violência gratuita e festejos clubisticos que fazem de nós gente do paleolítico.
Em Coruche percebemos como se investe o dinheiro em obras públicas que servem a população do concelho mas também o turismo e o desenvolvimento da região. Coruche tinha um rio sem água e de repente é o local ideal para andar de canoa e para realizar concursos mundiais de pesca. Coruche é a povoação do Ribatejo mais distanciada da auto-estrada mas é aquela onde nos sentimos mais perto das nossas origens. É incrível como os restaurantes servem bem; como as casas-de-banho públicas estão asseadas; como os espaços verdes estão cuidados, como tudo está organizado para proporcionar qualidade de vida e bem-estar a quem lá vive ou a quem visita a vila.
Vivi por lá o fim-de-semana em que na Chamusca, a minha terra de origem, a organização da Semana da Ascensão me deu música de sirenes e tambores até às seis da manhã durante uma semana. Apeteceu-me chorar de raiva por saber que numa semana em que duas dúzias de gajos se divertem até às seis da manhã, bêbados e provavelmente drogados, há centenas de pessoas a sofrerem nas suas casas por não conseguirem dormir, para não falarmos daquelas que morrem de sofrimento numa Unidade de Cuidados Continuados Integrados que fica quase ao lado do palco onde as “bestas” levam a música mais alto que Deus já elevou as mãos em defesa dos homens.
Em nome da festa e das tradições há pessoas que perdem o juízo e cagam nas autoridades? E as autoridades deixam que caguem em cima delas sabendo que alguém está a ofender os nossos mais reais e sagrados direitos que é descansar de noite porque os dias são cada vez mais um castigo?
Na semana em que Coruche mais me inspirou (conheço Coruche como conheço a Chamusca) levei com as tradições alcoólicas da Terra Branca ao ponto de me apetecer mudar de casa. Falo do assunto porque sei que sou também a voz de quem esteve perto da loucura e achou que não ia aguentar tanta noite de sofrimento. JAE

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Fechado para férias

Há um estabelecimento comercial no meu caminho que vai mudar de gerência. Os antigos sócios vão para a reforma que bem merecem. A loja está fechada e na porta tem um aviso a informar “fechado para férias”. Percebo a intenção. Um dia quando me reformar também vou ter essa dificuldade em assumir a derrota. Há gente reformada desde os 40 anos graças às benesses que o regime criou noutros tempos. E andam por aí na política a fingir que são da Associação 25 de Abril. Nem de propósito. Conheço bem a associação pelas almoçaradas que realiza todas as semanas e agora também pela opinião que tem de Santarém, a cidade mais triste do país, onde passa um rio que parece que foge para Lisboa.
Esta semana voltamos a passar o dia inteiro num tribunal numa sessão de um julgamento que começou e acabou no mesmo dia, coisa rara nestes tempos. Passamos muitos dias do ano em tribunal a “pagar” pelo exercício da profissão. Os leitores querem a melhor informação e a melhor informação muitas vezes tem um preço muito acima do valor de uma assinatura, ou até do valor de mil anos de assinatura; tem o valor do exercício da cidadania. É disso, muitas vezes, que vive o jornalismo. 
O MIRANTE publicou na passada semana um Guia Autárquico que mostra a vitalidade do nosso projecto editorial. Falo do assunto porque as autarquias vivem momentos de grandes mudanças e é preciso estar atento à importância do Poder Local. Este Guia aproxima-nos mais dos eleitos e do seu trabalho. Mostra quem são os rostos da política de proximidade. Somos todos responsáveis por uma parte do trabalho que os nossos autarcas estão a fazer. Por isso é justo que os identifiquemos e lhes demos voz. Há muita gente na política que não presta; que se candidatou apenas a pensar nos seus interesses pessoais; mas são uma minoria.O poder local é a melhor memória do 25 de Abril de 1974. JAE